Ciência do Solo recebe prêmio internacional
O Departamento de Ciência do Solo (LSO), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ), é referência nos estudos em sensoriamento remoto aplicado a solos e, com os desdobramentos dessa linha, foi criado o grupo de pesquisa GeoCis (Geotecnologias em Ciência do solo), que trabalha nesse campo com alunos de todas as faixas e recebe pesquisadores do Brasil e exterior. “Tal atuação vem auxiliando a criação de inúmeros núcleos de pesquisa Brasil afora, numa área de pesquisa que cresce de maneira exponencial”, afirma José Alexandre Demattê, coordenador do GeoCis.
Demattê colaborou com a criação de um artigo internacional que foi coordenado por um pesquisador australiano que contou com a colaboração de vários pesquisadores do mundo. Eles desenvolveram uma biblioteca espectral global para caracterizar os solos de mais de 90 países. Atualmente, esse é o maior e mais diversificado banco de dados nesse segmento, os quais farão parte de um grande banco que permitirá, futuramente, ser utilizado pela comunidade internacional no estudo de solos. “O objetivo foi montar uma biblioteca com padrões de solos do mundo analisados pela sua energia refletida. Trata-se de uma técnica rápida, baixo custo e não poluente”, disse.
O artigo recebeu um prêmio internacional de melhor trabalho de 2016, com o título “A global spectral library to characterize the world's soil”, publicado na revista Earth-Science Reviews. “Estamos coordenando a montagem da Biblioteca Espectral de solos do Brasil (BESB), que está fazendo, de maneira mais detalhada, exatamente o que o trabalho premiado fez”, disse Demattê.
O prêmio foi anunciado em julho de 2017, com participação em votação aberta por pesquisadores da área de solos vinculados ao grupo de estudo ligado ao ‘Pedometrics’ [2]. Trata-se de um grupo do ramo da ciência do solo que aplica métodos matemáticos e estatísticos para o estudo dos solos. O objetivo do ‘Pedometrics’ é conseguir uma melhor compreensão do solo como um fenômeno que varia em diferentes escalas no espaço e no tempo, com isso, eles têm apoiado a criação de novos grupos de trabalho referentes a essa ciência.
Texto: Caio Nogueira
Revisão: Alicia Nascimento Aguiar
